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O novo império de Carlos Wizard

11 de maio de 2017 | Postado em Empreendedorismo

Há três anos, Carlos “Wizard” Martins surpreendeu o mercado ao anunciar a venda, por quase R$ 2 bilhões, do Grupo Multi, dono das escolas de inglês Wizard e da rede profissionalizante Microlins, à britânica Pearson. A operação, chamou a atenção pelo “desapego” do fundador ao se desfazer de 100% de um negócio que acabou incorporando ao próprio nome – o empresário passou a assinar Wizard em 1989.

Hoje, Wizard, comanda, ao lado dos filhos um grupo quase do mesmo tamanho da antiga companhia. “Em 2018, a gente atinge os R$ 2 bilhões em valor”, informa.

A Sforza, empresa de private equity e family office da família, reúne negócios de diversos segmentos. “O que temos é um modelo de gestão de franquias, desenvolvido por 25 anos pela Multi, que agora está sendo aplicado na alimentação saudável, nas escolas de futebol ou no sistema de fast-food”, explica.

Apetite

O empresário, que tinha decidido tirar um ano sabático após o acordo com a Pearson, interrompeu o período para fechar a compra da Mundo Verde. A rede de produtos naturais, que tinha 250 unidades no País, tem hoje 400 lojas e cresce num ritmo de dois dígitos ao ano.

Em seguida, o grupo anunciou, em parceria com o ex-jogador Ronaldo Nazário, a criação de uma franquia de escolas de futebol. A Ronaldo Academy nasceu com a perspectiva de ter unidades no Brasil e nos Estados Unidos. Mas a maior expansão até agora veio da China, onde um grupo de investidores, estimulados pelo interesse do governo chinês em desenvolver o esporte no país, fechou contrato para a abertura de 30 escolas.

No Brasil, de 35 contratos fechados, 15 franquias já estão funcionando. Nos EUA, a primeira escola começou a operar em janeiro. “Em franquia, o produto final é praticamente um detalhe. As dinâmicas, seja de uma sapataria ou de uma varejo de alimentos, são bem parecidas. A favor do grupo, pesa realmente esse modelo de implementação, monitoramento e gestão dos negócios criado por eles”, afirma Marcelo Cherto, consultor especializado em franquias.

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Para completar o portfólio em esportes, o grupo comprou, no fim de 2015, as marcas Topper e Rainha. A ideia do empresário é oferecer os produtos das marcas nas escolas.

“Cada empresa tem uma vocação. Mundo Verde e Taco Bell são mais voltadas para a geração de dividendos. A BR Sports (holding que detém Topper e Rainha) é uma operação em que investimos no crescimento para capturar um valor maior mais para frente”, diz Charles Martins, responsável pela avaliação de novos negócios da Sforza.

Cartão Pré-pago

Embora a franquia seja encarada pela família como a vocação do grupo, é uma startup especializada na emissão de cartões pré-pagos que tem se destacado nos negócios da Sforza. Criada em 2012 com o nome de Vale Presente e voltada principalmente para os gift cards (cartões pré-pagos usados para presentear), a empresa, que agora se chama Hub Prepaid, acabou ampliando sua atuação e hoje atende varejistas e governo.

A startup é responsável pela lista de casamentos do Magazine Luiza e é o principal parceiro da Caixa Econômica Federal em projetos, como o cartão Construcard (de financiamento para aquisição de material de construção) e o cartão BNDES (de crédito para empresas).

A Hub Prepaid chegou a ser alvo do interesse da própria Caixa. Segundo Charles Martins, há agora outras propostas de compra, de fundos de investimento e de bandeiras de cartão.

Hoje a empresa, avaliada em R$ 1 bilhão, representa 50% dos negócios do grupo. Wizard diz que a companhia movimentou R$ 2 bilhões em 2016 e vem dobrando de tamanho a cada ano.

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No mercado, há quem ache o valor atribuído à empresa otimista demais, mas ninguém nega o potencial do segmento. “Hoje, metade da população brasileira recebe seu salário em dinheiro. Com um nível ainda muito baixo de bancarização, há muito espaço para avanço de meios de pagamentos”, afirma um concorrente.

O setor de cartões tem atuado em três frentes: pessoas físicas (que compram o cartão para pagar diaristas ou a mesada do filho), empresas (principalmente as que têm mão de obra temporária, caso da construção civil) e governo.

No caso da empresa de Wizard, todo o processo – emissão e impressão dos cartões, administração financeira, autorização e processamento das transações – é feito dentro de casa, um edifício com 200 funcionários.

Futuro

Além da Hub Prepaid, a Sforza tem ainda a Orion, detentora da administração imobiliária do grupo, e uma participação na Logbrás, que investe em galpões logísticos. Com casa no Brasil e em Miami, e aulas diárias de mandarim, Wizard não tira os olhos de novos negócios.

Questionado sobre a motivação de investir diante da crise que o País enfrenta, o fundador da Wizard diz que tem visão de médio e longo prazo e não pensa em governo. “A Wizard nasceu no mandato de José Sarney, com Plano Cruzado, inflação de 70% ao mês e moedas que mudavam a cada seis meses. Se fosse me preocupar com o governo, nunca teria começado.”

 

Com informações O Estadão

Comentários( 1 )

Uma resposta para “O novo império de Carlos Wizard”

  1. contrução disse:

    Assim como a planta é o projeto de uma construção civil, o sonho é um projeto de construção da vida.

    Assim como a planta é o projeto de uma construção civil, nossos sonhos são projetos de construção da nossa vida.

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